tag:blogger.com,1999:blog-84196336425393679772023-11-16T02:54:50.849-08:00Diários de BicicletaCassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.comBlogger42125tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-7752538739217368092014-12-06T19:00:00.001-08:002014-12-06T19:00:43.420-08:00"Adeus, amores, adeus..."Eis que o mistério é desvelado, e todos nos quedamos decepcionados, pois é tão óbvia e sem magia a resposta... sente-se, humanidade, e deixe de angústias; a pergunta de milênios está agora respondida: de que a vida é feita? De despedidas.
Despeço-me, pois, com o doce amargor das coisas inconclusas.Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-72339162660596937162010-03-19T06:34:00.000-07:002010-03-19T08:12:30.924-07:00Mal recomecei e já vou cair fora, né?<br />Nada disso, não é bem assim; só vou fazer uma viagem, depois eu volto. Por uns dois ou três meses essa bagaça vai continuar a mesma monotonia e sem-gracice de sempre. Daí eu chego e ponho ordem na casa! É uma promessa.Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-9009507110375863642010-03-13T11:14:00.000-08:002010-03-13T13:03:38.927-08:00Puedo escribir los versos más tristes esta noche<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkb0AteM4tMFFwEZhllZx45M0L9Y7zxcIEqXjXtjxOD1M6iVu8sM_0jW1CBfpvmwLp5km_MgHlY4TndO-bHW1-01fhcfNHEmJcbq60St2qgdvwGQkqvJdwsXXpK3e-DxVkxE-_q-MMyBA/s1600-h/vazio.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 235px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkb0AteM4tMFFwEZhllZx45M0L9Y7zxcIEqXjXtjxOD1M6iVu8sM_0jW1CBfpvmwLp5km_MgHlY4TndO-bHW1-01fhcfNHEmJcbq60St2qgdvwGQkqvJdwsXXpK3e-DxVkxE-_q-MMyBA/s320/vazio.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5448199573101536546" /></a><br /><br />Puedo escribir los versos más tristes esta noche.<br />Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,<br />y tiritan, azules, los astros, a lo lejos."<br />El viento de la noche gira en el cielo y canta.<br />Puedo escribir los versos más tristes esta noche.<br />Yo la quise, y a veces ella también me quiso.<br />En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.<br />La besé tantas veces bajo el cielo infinito.<br />Ella me quiso, a veces yo también la quería.<br />Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.<br />Puedo escribir los versos más tristes esta noche.<br />Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.<br />Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.<br />Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.<br />Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.<br />La noche está estrellada y ella no está conmigo.<br />Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.<br />Mi alma no se contenta con haberla perdido.<br />Como para acercarla mi mirada la busca.<br />Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.<br />La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.<br />Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.<br />Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.<br />Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.<br />De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.<br />Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.<br />Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.<br />Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.<br />Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,<br />Mi alma no se contenta con haberla perdido.<br />Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,<br />y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.<br /><br />NerudaCassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-82225583647300733712010-03-10T11:48:00.000-08:002010-03-10T11:48:00.198-08:00É... hoje faz exatamente um ano que eu não posto nada nesse blog. Não que haja muito problema, visto que ninguém o lê, além da irmã Dalvina u.u<br />Mesmo assim, em consideração à minha única leitora, eu vou postar coisas bem legais com mais frequência, prometo.<br />Mas vê se me ajuda, hein! Que tal deixar uns comentários de vez em quando, só pra variar???Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-12171256383732547802010-03-10T08:59:00.000-08:002010-03-13T13:05:37.879-08:00Gente (pff, eu sou muito otimista mesmo! Por acaso alguém lê meu blog?), eu fiz esse teste aí:<br />http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml<br />Deu que eu sou "Morte e Vida Severina" do João Cabral de Melo Neto =D<br />Confiram um trechinho maravilhoso de mim (rsrsrsrs):<br /><br />O meu nome é Severino,<br />não tenho outro de pia.<br />Como há muitos Severinos,<br />que é santo de romaria,<br />devem então me chamar<br />Severino de Maria;<br />como há muitos Severinos<br />com mães chamadas Maria,<br />fica sendo o da Maria<br />do finado Zacarias.<br />Mas isso ainda diz pouco:<br />há muitos na freguesia,<br />por causa de um coronel<br />que se chamou Zacarias<br />e que foi o mais antigo<br />senhor desta sesmaria.<br />Como então dizer quem fala<br />ora a Vossas Senhorias?<br />Vejamos: é o Severino<br />da Maria do Zacarias,<br />lá da serra da Costela,<br />limites da Paraíba...<br /><br />Tem muito mais, é lógico; mas isso é só pra dar um gosto do que é essa coisa louca de linda do João Cabral de Melo Neto.<br />Ah, e se alguém no mundo ler isso aqui e quiser fazer o teste, deixa depois um comentário dizendo qual foi o resultado, tá? Valeu.Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-68260263102716450712009-03-10T06:11:00.000-07:002009-03-10T06:13:34.519-07:00Manifestos do 8 de MarçoAs mulheres da Via Campesina fazem protestos para denunciar que o governo sustenta o agronegócio e as empresas transnacionais do setor exportador, especialmente da agricultura, no quadro da crise econômica mundial, enquanto deixa em segundo plano os trabalhadores rurais, a pequena agricultura e a Reforma Agrária, em jornada de lutas nesta segunda-feira (09/03), em torno do Dia Internacional da Mulher. Foram realizados protestos hoje em Brasília, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná (leia o manifesto da jornada no final desta mensagem).<br /><br />Apenas em dezembro, o agronegócio demitiu 134 mil pessoas em todo país, sendo o segundo setor que mais demitiu com a crise econômica, apesar da alta lucratividade do último período e os investimentos do governo. Em 2008, o BNDES desembolsou para os setores da mineração, agropecuária, celulose e papel cerca de R$ 17 bilhões. Do total de R$ 1,51 trilhão previsto para o período entre 2008 e 2011, somente o agronegócio tem previsão de R$ 45,1 bilhões em investimentos.<br /><br />"A crise econômica demonstra que o atual modelo econômico sustenta o agronegócio e as empresas transnacionais, que submetem o nosso país ao capital internacional e são responsáveis pelo colapso mundial. Agora, pedem socorro ao governo ao Estado e demitem os seus trabalhadores. A sociedade brasileira e os trabalhadores não podem pagar pela crise do neoliberalismo", afirma Itelvina Masioli, integrante da Via Campesina.<br /><br />"É a hora de mudarmos o modelo agrícola, fazendo a Reforma Agrária, e o modelo econômico, fortalecendo o mercado interno e aumentando o salário mínimo, para defendermos os trabalhadores e garantirmos a soberania nacional", completa.<br /><br />Em Brasília, 800 mulheres da Via Campesina ocupam o prédio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília, onde realizam um ato pacífico. A manifestação denuncia que a política agrária do governo, dirigida pelo Ministério da Agricultura, controlado pelos ruralistas, sustenta os latifundiários, as empresas transnacionais e o capital financeiro, responsáveis pela crise.<br /><br />As trabalhadoras rurais denunciam também o modelo de desenvolvimento imposto pelo governo, empresas transnacionais e bancos para o campo brasileiro, e cobram a implementação de um modelo agrícola baseado na pequena agricultura, através da realização da reforma agrária, e uma política econômica voltada para a geração de empregos para a população.<br /><br />No Rio Grande do Sul, 700 mulheres organizadas pela Via Campesina ocupam neste momento a Fazenda Ana Paula, de propriedade da Votorantim Celulose e Papel. A ocupação foi iniciada com o corte de eucalipto na área. Depois de especular contra a moeda brasileira e ter prejuízos com a crise financeira, a VCP recebeu R$ 6,6 bilhões do governo brasileiro para adquirir a Aracruz Celulose, através da compra de metade da carteira do Banco Votorantim e de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –BNDES. O custo da compra foi de R$5,6 bilhões.<br /><br />A VCP havia prometido gerar 30 mil empregos no estado e mesmo recebendo recursos e isenções fiscais dos governos federal, estadual e de municípios, a Aracruz causou a demissão de 1,2 mil trabalhadores em Guaíba, entre trabalhadores temporários e sistemistas, e a VCP outros 2 mil trabalhadores na metade sul. O agronegócio foi o segundo setor que mais demitiu com a crise financeira. Apenas em dezembro, o agronegócio demitiu 134 mil pessoas em todo país.<br /><br />No Espírito Santo, cerca de 1300 mulheres da Via Campesina ocuparam o Portocel, porto de exportações da empresa Aracruz Celulose, localizado em Barra do Riacho, município de Aracruz, para denunciar o repasse de recursos públicos do Estado para a empresa. As mulheres entraram no porto, fizeram um ato com a destruição da produção de eucalipto, e saíram da área. A Aracruz se apropria de recursos públicos, mas não gera nem garante empregos, destrói o meio ambiente e não contribui para o desenvolvimento nacional.<br /><br />Para salvar a Aracruz da falência, o governo repassou, via BNDES – com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) - R$ 2,4 bilhões para o grupo Votorantim comprar ações da Aracruz. Mesmo com os recursos de amparo ao trabalhador, a empresa não garante emprego, e já demitiu mais de 1500 trabalhadores terceirizados. O caso é uma demonstração que os interesses das empresas privadas se sobrepõem aos interesses do povo brasileiro.<br /><br />A área plantada das empresas do setor de papel e celulose soma 5,5 milhões de hectares em nosso país, sem contar os 304 mil hectares de áreas pertencentes a terceiros, mas utilizadas pelas empresas para o plantio de eucalipto (dado da Votorantim). Mesmo assim, esse foi o setor da economia que sentiu mais rapidamente as mudanças no rumo da economia, porque especularam no mercado financeiro.<br /><br />A Aracruz, Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Klabin tiveram um prejuízo somado de R$ 2, 7 bilhões no terceiro trimestre do ano. A especulação da Aracruz causou perdas estimadas em aproximadamente US$ 2 bilhões (o valor equivale à receita de um ano de exportações da fabricante de celulose, de US$ 2,1 bilhões em 2007). "As empresas lucram como nossos recursos naturais, especulam no mercado financeiro e, no momento de crise, demitem trabalhadores e recorrem ao Estado", questiona Itelvina Masioli.<br /><br />Em São Paulo, cerca de 600 trabalhadoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizaram nesta segunda-feira (09) a ocupação de uma área da Cosan, no município de Barra Bonita, na região de Jaú, a 280 km da capital. O grupo Cosan explora uma área duas vezes maior que o total de hectares destinados para a Reforma Agrária no Estado de São Paulo: 605 mil hectares pelo grupo, contra apenas 300 mil para as 15 mil famílias em assentamentos estaduais e federais.<br /><br />A unidade da Barra, local da manifestação, é a maior usina de açúcar e etanol do mundo em capacidade de moagem de cana, ou seja, é um símbolo do setor sucroalcooleiro. Segundo estudos do BNDES (2003), esta usina explora mais de 70 mil hectares de terra, dos quais cerca de 18 mil hectares são de propriedade da própria empresa, e os demais são arrendados, abarcando seis municípios da região. “As terras do grupo Cosan não cumprem o seu papel social e assim estão em total desacordo com o quê prevê a Constituição do país. Por isso, suas terras devem ser destinadas para a Reforma Agrária imediatamente”, pontua Soraia Soriano, da Via Campesina.<br /><br />No Paraná, 1.000 trabalhadoras da Via Campesina farão uma marcha pelo centro de Porecatu, no Norte do estado. A manifestação começou pela manhã, saindo do Centro Comunitário da Prefeitura até a praça central, onde será realizada uma celebração com a partilha de alimentos da Reforma Agrária. Durante a caminhada as mulheres denunciaram o modelo do agronegócio, a produção dos monocultivos (da cana de açúcar, soja, eucalipto, pinus, entre outros) e as transnacionais, que destroem a biodiversidade, a cultura camponesa e inviabilizam a Reforma Agrária.<br /><br />As trabalhadoras paranaenses também cobram o assentamento das 6 mil famílias que permanecem acampadas em cerca de 65 acampamentos no estado, e a desapropriação da fazenda Variante, do grupo Atalla, em Porecatu, onde foram encontrados trabalhadores em situação de escravidão. A área está ocupada por 300 famílias do MST, desde o início de novembro do ano passado.<br /><br />Existem no Brasil 130 mil famílias acampadas e mais de quatro milhões de famílias sem-terra. “A realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola dependem da derrota do modelo econômico vigente. A oferta de crédito rural do governo federal para a agricultura empresarial nesta safra (2008/09) é de R$ 65 bilhões e de apenas R$ 13 bilhões para a agricultura familiar, com isenção dos impostos de exportação. Exportar somente matéria-prima não desenvolve o país, nem distribui renda”, afirma Itelvina Masioli, integrante da Via Campesina.<br /><br />Fonte: <a href="www.conlutas.org.br"></a>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-5755139505586160392009-03-02T12:46:00.000-08:002009-03-02T12:47:22.147-08:00O BichoVi ontem um bicho<br />Na imundície do pátio<br />Catando comida entre os detritos.<br />Quando achava alguma coisa,<br />Não examinava nem cheirava:<br />Engolia com voracidade.<br /><br />O bicho não era um cão,<br />Não era um gato,<br />Não era um rato.<br />O bicho, meu Deus, era um homem!Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-91729171209978665212009-03-02T12:42:00.000-08:002009-03-02T12:46:13.492-08:00Perguntas de um trabalhador que lêQuem construiu Tebas, a cidade das sete portas?<br />Nos livros constam os nomes dos reis.<br />Eles arrastaram os blocos de pedra?<br />E a Babilônia tantas vezes destruída<br />quem a ergueu outras tantas?<br />Em que casa da Lima radiante de ouro<br />moravam os construtores?<br />Para onde foram os pedreiros<br />na noite em que ficou pronta a Muralha da China?<br />A grande Roma está cheia de arcos de triunfo.<br />Quem os levantou?<br />Sobre quem triunfaram os césares?<br />A decantada Bizâncio só tinha palácios<br />para seus habitantes?<br />Mesmo na legendária Atlântida,<br />Na noite em que o mar a engoliu,<br />os que se afogavam gritavam pelos seus escravos?<br />O jovem Alexandre conquistou a Índia.<br />Ele conquistou sozinho?<br />César bateu os gauleses.<br />Não tinha ao menos um cozinheiro consigo?<br />Felipe da Espanha chorou quando sua<br />armada naufragou.<br />Ninguém mais chorou?<br />Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.<br />Quem venceu, além dele?<br />Cada página, uma vitória.<br />Quem preparava os banquetes?<br />A cada dez anos, um grande homem.<br />Quem pagava suas despesas?<br />Tantas histórias,<br />Tantas perguntas.<br /><br />Bertold BrechtCassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-9635739960400677082009-03-02T12:40:00.000-08:002009-03-10T06:26:57.719-07:00Porque cantamosSe cada hora vem com sua morte<br />se o tempo é um covil de ladrões<br />os ares já não são bons ares<br />e a vida é nada mais que um alvo móvel<br />você perguntará porque cantamos.<br /><br />Se nossos bravos ficam sem abraços<br />se a pátria está morrendo de tristeza<br />e o coração do homem se fez cacos<br />antes mesmo de explodir de vergonha<br />você perguntará porque cantamos.<br /><br />Se estamos longe como um horizonte<br />se lá ficaram árvores e céu<br />se cada noite é sempre alguma ausência<br />e cada despertar um desencontro<br />você perguntará porque cantamos.<br /><br />Cantamos porque o rio está soando<br />e quando soa o rio/soa o rio<br />cantamos porque o cruel não tem nome<br />embora tenha nome o seu destino.<br /><br />Cantamos pela infância, e porque tudo<br />e porque algum futuro, e porque o povo.<br />Cantamos porque os sobreviventes<br />e os nossos mortos querem que cantemos. <br /><br />Cantamos porque o grito só não basta<br />e já não basta o pranto nem a raiva<br />cantamos porque cremos nessa gente<br />e porque venceremos a derrota.<br /><br />Cantamos porque o sol nos reconhece<br />e porque o campo cheira a primavera<br />e porque nesse talo e lá no fruto<br />cada pergunta tem sua resposta.<br /><br />Cantamos porque chove sobre o sulco<br />e porque somos militantes dessa vida<br />e porque não podemos nem queremos<br />deixar que a canção se torne cinzas.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Mário Benedetti</span>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-28336913709412407922009-03-02T12:35:00.000-08:002009-03-02T12:39:27.977-08:00Se os tubarões fossem homensSe os tubarões fossem homens, perguntou ao senhor K. a filha de sua senhoria, eles seriam mais amáveis com os peixinhos? <br />Certamente, disse ele. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e tomariam toda espécie de medidas sanitárias. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, lhe fariam imediatamente um curativo, para que não morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres tem melhor sabor do que os tristes. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar. O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam voltar toda inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista, e avisar imediatamente os tubarões, se um deles mostrasse tais tendências. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, iriam proclamar, são notoriamente mudos, mas silenciam em linguas diferentes, e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matasse alguns outros, inimigos, que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de argaço e receberia um título de herói. Se os tubarões fossem homens, naturalmente haveria também arte entre eles. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardim que se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peiyinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela, que seus acordes todos os peixinhos, como orquestra na frente, sonhando, embalados, nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões. Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Além disso se os tubarões fossem homens também acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isso seria agradável para os tubarões, pois eles teriam com maior freqüência, bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores detentores de cargos, cuidariam da ordem entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, construtores de gaiolas, etc. Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens. <br />Bertold BrechtCassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-20510470649503648312009-01-30T11:47:00.000-08:002009-01-30T11:51:33.612-08:00Pequenina<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcGMfm162C3EwsIWcGXkl_5KxPPoE6CbeydK3NrRBHtpXeZ0ZzW1AUuIYS4r6MMesa2q0IbhwD-lMNMfIN_cBJXJNLDCbMcq2-KvOobXlp2rhd6NU172D4wigQCjTFIlZtNNDZuiOJiZc/s1600-h/Ana+Beatriz+Oliveira+Rocha.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcGMfm162C3EwsIWcGXkl_5KxPPoE6CbeydK3NrRBHtpXeZ0ZzW1AUuIYS4r6MMesa2q0IbhwD-lMNMfIN_cBJXJNLDCbMcq2-KvOobXlp2rhd6NU172D4wigQCjTFIlZtNNDZuiOJiZc/s320/Ana+Beatriz+Oliveira+Rocha.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5297176304869921778" /></a><br /><br />Pequenina do meu amor, <br />vem correndo pros meus braços<br />Eu guardo pra você <br />os mais caros lindos sonhos<br />Vai sorrindo ao mundo em redor<br />Tudo é novo e belo em seus olhos<br />Ah, desconhece o mal, <br />neste mundo de gente grande...<br /><br />Pequenina do meu amor<br />Ser criança é como ser uma gaivota livre<br />Tudo é feito pra brincar, como é bom viver<br />Descobrindo seu encanto...<br /><br />Pequenina do coração<br />Sabe até contar 1, 2, 3 e mostra os dedinhos<br />E me encanta o seu olhar,<br />Seu olhar de amor...<br />Seu sorriso pequenina...<br />Seu olhar, confiança e amor, <br />seu sorriso... pequenina<br /><br />Pequenina do meu amor, <br />a boneca entre os braços<br />Seu vestidinho branco e lacinhos nos cabelos<br />As estrelas brilham no céu<br />Mas não brilham mais que seu olhos<br />Ah, você vai crescer...<br />Ai que pena... ai que pena...Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-17814773412624297672009-01-30T11:19:00.001-08:002009-01-30T11:24:05.632-08:00Momentinho propaganda:<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRuNoAq8NwqgHU9_VWDAPiA0f7bchPPhEC4QrM3mUznPCEHxloqPW_5BeVZAExyc_r6v-sElsa-1ttTv35OrKhPaz-2DJ9jF3JMO4eK0eReti7uPRdxS0fKJNLpuYH7_ztFnmGpt26ec/s1600-h/DSC04110.JPG"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRuNoAq8NwqgHU9_VWDAPiA0f7bchPPhEC4QrM3mUznPCEHxloqPW_5BeVZAExyc_r6v-sElsa-1ttTv35OrKhPaz-2DJ9jF3JMO4eK0eReti7uPRdxS0fKJNLpuYH7_ztFnmGpt26ec/s320/DSC04110.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5297168959059402818" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjECF9ZoSqY43sr1e-3amlqsxX1fATxdTWu2kyl7AjRw9Lmkmbnr_iUUhhomJzm5P-9dC7Q5A7lRJB331HfI1tMtmbBJ5qTejdntctTvC73H4B-IjB-rtjVNFYHSDYyefeGKe6NWSR9Ii8/s1600-h/DSC04109.JPG"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjECF9ZoSqY43sr1e-3amlqsxX1fATxdTWu2kyl7AjRw9Lmkmbnr_iUUhhomJzm5P-9dC7Q5A7lRJB331HfI1tMtmbBJ5qTejdntctTvC73H4B-IjB-rtjVNFYHSDYyefeGKe6NWSR9Ii8/s320/DSC04109.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5297168941816289378" /></a><br /><br />Anda, eu sei que cê quer um. Levanta essa bunda da cadeira (ou não) e liga:<br />069 9909-7671 OUUUUUUUUUUU<br />069 9960-3436<br />Valeu.Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-5551844761615662072009-01-30T11:08:00.003-08:002009-01-30T11:18:08.662-08:00Agradecimento altamente necessário<blockquote><span style="font-style:italic;">Em Janeiro de 2009, o MST comemorou o seu 25° aniversário. É uma trajetória histórica de enfrentamentos com o latifúndio. O latifúndio que às vezes tem a cara do coronel do campo, reacionário e violento e, outras vezes, encarna a modernidade do agronegócio que não é menos violento, excludente e depredador dos recursos naturais. Ambos, o coronel com seus jagunços e o agronegócio com as empresas de segurança, sustentam o monopólio da terra com a violência e com suas influências econômicas e políticas. A ambos, nesses 25 anos, não demos tréguas!<br />No alicerce da nossa luta, estão os militantes da Reforma Agrária. Lutadoras e lutadores, rurais e urbanos, incansáveis, movidos por ideais e valores altruístas da solidariedade, igualdade e justiça social. Uns continuam com a gente na lembrança e no exemplo, porque pagaram com a vida o preço de acreditar na luta pela Reforma Agrária. Outros, milhares, continuam empunhando enxadas e bandeiras para romper as cercas de arame farpado e armar um barraco de lona preta.</span></blockquote> <br />É por essas e outras que eu quero agradecer ao MST:<br />Obrigada por não se permitir fraquejar jamais,<br />por acreditar que um outro mundo é possivel,<br />e por dar um sentido a mais à minha vida.<br />Obrigada.Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-42594571965465663282009-01-30T08:01:00.000-08:002009-01-30T11:18:46.764-08:00Aviso...Povo (se alguém no mundo entra nessa merrrrrrrda de blog)<br />Eu acabei de criar um Flog!!!! \o/ \o/ \o/ \o/<br />Vê se entra logo, porra:<br />www.flogao.com.br/cassandraridlleCassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-7074958001143198242009-01-01T05:00:00.000-08:002009-01-01T05:01:08.178-08:00.....Ok, se ninguém comentar eu vou xingar! Santa paciência!Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-40432348723298591592008-12-17T10:53:00.000-08:002008-12-17T11:02:40.902-08:00JoséEu sempre tive a sorte de ser <span style="font-weight:bold;"></span>A DIFERENTE<span style="font-weight:bold;"></span>. Sempre me vesti como uma louca (mas não como uma rebelde sem causa, não confunda), sempre usei palavras que ninguém conhecia (defenestrar era a minha favorita), sempre gostei de coisas que ninguém mais gostava (fossem livros, músicas, artistas ou qualquer outra coisa). Porém, nesse caso especificamente, eu tive que abrir uma exceção. Essa é a poesia de Drumonnd mais famosa de todos os tempos, mas é também minha favorita. É a poesia mais difícil de se dizer DO MUNDO... mas é a que mais me desperta emoções. Leiam, senhoras e senhores (se é que alguém visita essa merda de blog T.T):<br /><br />E agora, José?<br />A festa acabou,<br />a luz apagou,<br />o povo sumiu,<br />a noite esfriou,<br />e agora, José ?<br />e agora, você ?<br />você que é sem nome,<br />que zomba dos outros,<br />você que faz versos,<br />que ama protesta,<br />e agora, José ?<br /> <br />Está sem mulher,<br />está sem discurso,<br />está sem carinho,<br />já não pode beber,<br />já não pode fumar,<br />cuspir já não pode,<br />a noite esfriou,<br />o dia não veio,<br />o bonde não veio,<br />o riso não veio,<br />não veio a utopia<br />e tudo acabou<br />e tudo fugiu<br />e tudo mofou,<br />e agora, José ?<br /> <br />E agora, José ?<br />Sua doce palavra,<br />seu instante de febre,<br />sua gula e jejum,<br />sua biblioteca,<br />sua lavra de ouro,<br />seu terno de vidro,<br />sua incoerência,<br />seu ódio - e agora ?<br /> <br /><span style="font-weight:bold;">Com a chave na mão<br />quer abrir a porta,<br />não existe porta;<br />quer morrer no mar,<br />mas o mar secou;<br />quer ir para Minas,<br />Minas não há mais.<br />José, e agora ?</span><br /> <br />Se você gritasse,<br />se você gemesse,<br />se você tocasse<br />a valsa vienense,<br />se você dormisse,<br />se você cansasse,<br />se você morresse…<br />Mas você não morre,<br />você é duro, José !<br /> <br />Sozinho no escuro<br />qual bicho-do-mato,<br />sem teogonia,<br />sem parede nua<br />para se encostar,<br />sem cavalo preto<br />que fuja a galope,<br />você marcha, José !<br />José, pra onde ?<br /><br />*A parte em negrito é a que eu mais gosto. Transmite claramente um medo que eu sempre tive: o medo de ficar sozinha. Eu sinto o desespero do José: "quer morrer no mar, mas o mar secou". Coitado, já não pode nem morrer!Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-47228426959480746902008-12-08T11:24:00.000-08:002008-12-09T09:25:53.149-08:00No elevador do filho de Deus<p>A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida<br />Que eu já tô ficando craque em ressurreição.<br />Bobeou eu tô morrendo<br />Na minha extrema pulsão<br />Na minha extrema-unção<br />Na minha extrema menção<br />de acordar viva todo dia<br />Há dores que sinceramente eu não resolvo<br />sinceramente sucumbo<br />Há nós que não dissolvo<br />e me torno moribundo de doer daquele corte<br />do haver sangramento e forte<br />que vem no mesmo malote das coisas queridas<br />Vem dentro dos amores<br />dentro das perdas de coisas antes possuídas<br />dentro das alegrias havidas</p><p>Há porradas que não tem saída<br />há um monte de “não era isso que eu queria”<br />Outro dia, acabei de morrer<br />depois de uma crise sobre o existencialismo<br />3º mundo, ideologia e inflação…<br />E quando penso que não<br />me vejo ressurgida no banheiro<br />feito punheteiro de chuveiro<br />Sem cor, sem fala<br />nem informática nem cabala<br />eu era uma espécie de Lázara<br />poeta ressuscitada<br />passaporte sem mala<br />com destino de nada!</p><p>A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida<br />ensaiar mil vezes a séria despedida<br />a morte real do gastamento do corpo<br />a coisa mal resolvida<br />daquela morte florida<br />cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos<br />cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos<br />que já tô ficando especialista em renascimento</p><p>Hoje, praticamente, eu morro quando quero:<br />às vezes só porque não foi um bom desfecho<br />ou porque eu não concordo<br />Ou uma bela puxada no tapete<br />ou porque eu mesma me enrolo<br />Não dá outra: tiro o chinelo…<br />E dou uma morrida!<br />Não atendo telefone, campainha…<br />Fico aí camisolenta em estado de éter<br />nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!<br />Tô nocauteada, tô morrida!</p><p>Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa<br />não tem aquela ansiedade para entrar em cena<br />É uma espécie de venda<br />uma espécie de encomenda que a gente faz<br />pra ter depois um produto com maior resistência<br />onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)<br />e fica feito a justiça: cega<br />Depois acorda bela<br />corta os cabelos<br />muda a maquiagem<br />reinventa modelos<br />reencontra os amigos que fazem a velha e merecida<br />pergunta ao teu eu: “Onde cê tava? Tava sumida, morreu?”<br />E a gente com aquela cara de fantasma moderno,<br />de expersona falida:<br />- Não, tava só deprimida. </p><span style="FONT-WEIGHT: bold">ELISA LUCINDA</span>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-7319457783168609752008-11-25T11:09:00.000-08:002008-11-25T11:18:50.571-08:00Canção do meio do mundo<div style="text-align: left;"><span style="color: rgb(51, 51, 51);font-family:Verdana;font-size:12;" ><span style="color: rgb(102, 102, 102); font-weight: bold;font-size:100%;" >A ciranda rodava no meio do mundo,<br />No meio do mundo a ciranda rodava.<br /><br />E quando a ciranda parava um segundo<br />Um grilo, sozinho no mundo, cantava...<br /><br />Dali a três quadras o mundo acabava,<br />Dali a três quadras, num valo profundo...<br /><br />Bem junto com a rua o mundo acabava.<br />Rodava a ciranda no meio do mundo...<br /><br />E Nosso Senhor era ali que morava,<br />Por trás das estrelas, cuidando o seu mundo...<br /><br />E quando a ciranda por fim terminava<br />E o silêncio, em tudo, era mais profundo,<br /><br />Nosso Senhor esperava... esperava...<br />Cofiando as suas barbas de Pedro Segundo.<br />Mario Quintana.</span><br /></span></div>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-21340578020032284462008-11-25T11:08:00.000-08:002008-11-25T11:09:49.188-08:00Sem título<p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Te olho nos olhos e você reclama<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Que te olho muito profundamente<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Desculpa.<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Tudo que vivi foi profundamente<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Te ensinei quem sou<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">E você foi me tirando os espaços<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Entre os abraços<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Guarda-me apenas uma fresta<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Eu que sempre fui livre<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Não importava o que os outros dissessem<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Até onde posso ir pra te resgatar?<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Reclama de mim<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Como se tivesse a possibilidade de eu me inventar de novo<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Desculpa se te olho profundamente<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Rente à pele<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">A ponto de ver a estrada <o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Muito antes dos seus passos.<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Eu não vou separar<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">As minhas vitórias dos meus fracassos<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Eu não vou renunciar a mim<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Nenhuma parte, nenhum pedaço<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Do meu ser vibrante,<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Errante, sujo, livre<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Quente.<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">Eu quero estar viva<o:p></o:p></span></span></p> <p style="font-family: verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);">E permanecer te olhando<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; color: rgb(204, 153, 255);"><span style="font-family: verdana;font-size:130%;" >Profundamente.</span><o:p></o:p></span></p>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-19923106561482255252008-11-25T11:07:00.001-08:002008-11-25T11:07:56.418-08:00Safena<h4>Sabe o que é um coração<br />amar ao máximo de seu sangue?<br />Bater até o auge de seu baticum?<br />Não, você não sabe de jeito nenhum.<br />Agora chega.<br />Reforma no meu peito!<br />Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas<br />aproximem-se!<br />Rolos, rolas, tinta, tijolo<br />comecem a obra!<br />Por favor, mestre de Horas<br />Tempo, meu fiel carpinteiro<br />comece você primeiro passando verniz nos móveis<br />e vamos tudo de novo do novo começo.<br /><br />Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora<br />apertem os cintos<br />Adeus ao sinto muito do meu jeito<br />Pitos ventres pernas<br />aticem as velas<br />que lá vou de novo na solteirice<br />exposta ao mar da mulatice<br />à honra das novas uniões<br /><br />Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas<br />Protejam as beiras<br />lustrem as superfícies<br />aspirem os tapetes<br />Vai começar o banquete<br />de amar de novo<br />Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões<br />Façam todos suas inscrições.<br />Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate<br /><br />O homem que hoje me amar<br />Encontrará outro lá dentro.<br />Pois que o mate.</h4>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-13134151422298051532008-11-13T10:52:00.000-08:002008-11-13T10:53:29.441-08:00Você tem experiência?<p style="color: rgb(255, 204, 51);" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p style="color: rgb(255, 204, 51);" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já me queimei brincando com vela.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p style="color: rgb(255, 204, 51);" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p style="color: rgb(255, 204, 51);" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p style="color: rgb(255, 204, 51);" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p style="color: rgb(255, 204, 51);" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já passei trote por telefone.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já roubei beijo. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já confundi sentimentos. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já me cortei fazendo a barba apressado. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já chorei ouvindo música no ônibus. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já tentei esquecer algumas pessoas, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já subi em árvore pra roubar fruta. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já caí da escada de bunda. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já fiz juras eternas. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já escrevi no muro da escola. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já chorei sentado no chão do banheiro. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já corri pra não deixar alguém chorando. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já me joguei na piscina sem vontade de voltar. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já senti medo do escuro. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já tremi de nervoso. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já quase morri de amor, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já apostei corrida descalço na rua. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já gritei de felicidade. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já roubei rosas num enorme jardim. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já me apaixonei e achei que era para sempre, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">mas sempre era um "para sempre" pela metade. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol. <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Já chorei por ver amigos partindo, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">mas descobri que logo chegam novos, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">e que a vida é mesmo um ir e vir sem razão.<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Foram tantas coisas feitas, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">momentos fotografados pelas lentes da emoção, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">guardados num baú, chamado coração… <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">E agora um formulário me interroga, <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">me encosta na parede e grita: <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">"Qual sua experiência?". <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência... <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência? Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">Agora gostaria de indagar uma pequena coisa <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt; color: rgb(255, 204, 51);"><span style="font-size:85%;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS";">para quem formulou esta pergunta: <o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 0.9pt;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; color: black;"><span style="font-size:85%;"><span style="color: rgb(255, 204, 51);">"Experiência? Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?"</span></span><o:p></o:p></span></b></p>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-7663610617702357872008-11-11T05:31:00.000-08:002008-11-11T05:43:28.550-08:00Texto para uma separaçãoOlhe aqui, olhos de azeviche<br />vamos acertar as contas<br />porque é no dia de hoje<br />que cê vai embora daqui.<br />Mas antes...<br />quer me devolver o equilíbrio?<br />Quer se tocar, e botar o meu marca-passo pra consertar?<br />Quer me deixar na minha?<br />Quer tirar as mãos de dentro da minha calcinha?<br />Olhe aqui, olhos de azeviche:<br />quer parar de saxdoer no meu rádio?<br />Quer parar de torcer pro meu fim,<br />dentro do meu próprio estádio?<br />Espera aí, não vai sair assim...<br />Antes, quer ter a delicadeza de colar o meu espelho?<br />Isso. Agora fica de joelhos<br />e começa a cuspir todos os meus beijos.<br />Isso! Agora recolhe.<br />Engole a farta coreografia dessas línguas.<br />Varre com a língua todos esses anseios.<br />Não haverá mais filho,<br />pulsações, impulsos sexuais.<br />Hoje eu me suicido ingerindo sete caixas de anticoncepcionais.<br />Trata-se de um despejo.<br />Dedetize essa chateação que a gente chamou de desejo.<br />E leva também esses presentes que você me deixou.<br />Quer dizer, essa cara de pau, essa textura de verniz.<br />Tira de mim esse sentimento de penetração,<br />esse modo com que você me quis.<br />Esses ensaios de idas e voltas.<br />Essa esfregação.<br />Esse bob wilson erotizado<br />que a gente chamou de tesão.<br />E agova vai.<br />Ah não! Espera aí, última revista:<br />leva também aquela bobagem bobagem que você chamou<br />de amor à primeira vista.<br />E agora pode partir!<br />Pode ir que eu estou calma. Quero ficar sozinha<br />eu c'oa minha alma. Agora pode ir.<br />Gente! Cadê minha alma que estava aqui?Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-26885239864919516632008-11-07T10:34:00.000-08:002008-11-07T10:35:21.396-08:00Com vocês, o humor delicioso de Millôr Fernandes<div style="text-align: center;"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Poesia Matemática</span><br /></div><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"><br />Às folhas tantas<br /> do livro matemático<br /> um Quociente apaixonou-se<br /> um dia<br /> doidamente<br /> por uma Incógnita.<br /> Olhou-a com seu olhar inumerável<br /> e viu-a do ápice à base<br /> uma figura ímpar;<br /> olhos rombóides, boca trapezóide,<br /> corpo retangular, seios esferóides.<br /> Fez de sua uma vida<br /> paralela à dela<br /> até que se encontraram<br /> no infinito.<br /> "Quem és tu?", indagou ele<br /> em ânsia radical.<br /> "Sou a soma do quadrado dos catetos.<br /> Mas pode me chamar de Hipotenusa."<br /> E de falarem descobriram que eram<br /> (o que em aritmética corresponde<br /> a <strong style="font-weight: normal;">almas irmãs</strong>)<br /> primos entre si.<br /> E assim se amaram<br /> ao quadrado da velocidade da luz<br /> numa sexta potenciação<br /> traçando<br /> ao sabor do momento<br /> e da paixão<br /> retas, curvas, círculos e linhas sinoidais<br /> nos jardins da quarta dimensão.<br /> Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana<br /> e os exegetas do Universo Finito.<br /> Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.<br /> E enfim resolveram se casar<br /> constituir um lar,<br /> mais que um lar,<br /> um perpendicular.<br /> Convidaram para padrinhos<br /> o Poliedro e a Bissetriz.<br /> E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro<br /> sonhando com uma felicidade<br /> integral e diferencial.<br /> E se casaram e tiveram uma secante e três cones<br /> muito engraçadinhos.<br /> E foram felizes<br /> até aquele dia<br /> em que tudo vira afinal<br /> monotonia.<br /> Foi então que surgiu<br /> O Máximo Divisor Comum<br /> freqüentador de círculos concêntricos,<br /> viciosos.<br /> Ofereceu-lhe, a ela,<br /> uma grandeza absoluta<br /> e reduziu-a a um denominador comum.<br /> Ele, Quociente, percebeu<br /> que com ela não formava mais um todo,<br /> uma unidade.<br /> Era o triângulo,<br /> tanto chamado amoroso.<br /> Desse problema ela era uma fração,<br /> a mais ordinária.<br /> Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade<br /> e tudo que era espúrio passou a ser<br /> moralidade<br /> como aliás em qualquer<br /> sociedade.</span>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-31786364946949663702008-11-07T10:03:00.000-08:002008-11-07T10:08:39.096-08:00Da série: Quintanares<h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">A amizade é um amor que nunca morre.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">A poesia não se entrega a quem a define.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">desinfetante</span>!</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">Autodidata</span> é um ignorante por conta própria.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Se as coisas são <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">inatingíveis</span>... ora!<br />Não é motivo para não <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">querê</span>-las...<br />Que tristes os caminhos, se não fora<br />A presença distante das estrelas!</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;"><span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_4">Dizes</span> que a beleza não é nada? Imagina um hipopótamo com alma de anjo... Sim, ele poderá convencer os outros de sua angelitude - mas que trabalheira!</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Eu, agora - que desfecho!<br />Já nem penso mais em ti...<br />Mas será que nunca deixo<br />De lembrar que te esqueci?</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">O milagre não é dar vida ao corpo extinto,<br />Ou luz ao cego, ou <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">eloqüência</span> ao mudo...<br />Nem mudar água pura em vinho tinto...<br />Milagre é acreditarem nisso tudo!</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e ... os amigos, que são os nossos chatos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">prediletos</span>.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Minha vida é uma colcha de retalhos. Todos da mesma cor.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente...</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Não me ajeito com os padres, os críticos e os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">canudinhos</span> de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">direta</span>.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">No céu é sempre domingo. E a gente não tem outra coisa a fazer senão ouvir os chatos. E lá é ainda pior que aqui, pois se trata dos chatos de todas as épocas do mundo.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">O passado não reconhece o seu lugar: esta sempre presente.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">O ruim dos filmes de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">Far</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">West</span> é que os tiroteios acordam a gente no melhor do sono.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.</span></h4> <h4 style="color: rgb(51, 204, 255);"><span style="font-size:85%;">Qualquer idéia que te agrade,<br />Por isso mesmo... é tua.<br />O autor nada mais fez que vestir a verdade<br />Que dentro em ti se achava inteiramente nua...</span></h4>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8419633642539367977.post-2238701616793479882008-11-07T07:55:00.000-08:002008-11-07T08:15:40.898-08:00<h4>Eu te amo como quem esquece tudo<br />diante de um beijo:<br />as inúmeras horas desbeijadas<br />os terríveis desabraços<br />os dolorosos desencaixes<br />que meu corpo sofreu longe do seu.<br />Elejo sempre o encontro<br />Ele é o ponto do crochê.<br />Penélope invertida<br />nada começo de novo<br />nada desmancho<br />nada volto<br /><br />Teço um novo tecido de amor eterno<br />a cada olhar seu de afeto<br />não ligo para nada que doeu.<br />Só para o que deixou de doer tenho olhos.<br />Cega do infortúnio<br />pesco os peixes dos nossos encaixes<br />pesco as gozadas<br />as confissões de amor<br />as palavras fundas de prazer<br />as esculturas astecas que nos fixam<br />na história dos dias</h4> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Cassandra Ridllehttp://www.blogger.com/profile/06100111939127170448noreply@blogger.com0